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XXIX. ALMA DA IGREJA
Antes de tudo a Ssma.
Virgem exerce sua ação misericordiosa em favor da Obra por excelência de Jesus Cristo,
a sua Igreja. Ela zela pela sua conservação e dilatação. Protege-a e a defende; consola-a, assiste-lhe,
paralisa as investidas dos maus, põe freio ao furor do inferno, que não deseja
senão o seu aniquilamento.
Por isso escreveu
Leão XIII na sua encíclica Supremi
Apostolatus: “O dever do supremo apostolado, que nos foi confiado, e a
condição especialmente difícil dos tempos atuais, nos advertem cada vez mais e,
por assim dizer, nos impelem a vigiar com tanto mais cuidado sobre a guarda e integridade
da Igreja, quanto mais graves são as calamidades que ela sofre. Só os socorros
divinos podem assegurar aos nossos esforços e trabalhos, um resultado feliz.
Eis por que julgamos que nada será mais eficaz e seguro do que tornar favorável
a nós, pela pratica de seu culto, a sublime Mãe de Deus, depositária de toda a
paz e dispensadora de toda a graça. Ela que foi colocada por seu Filho no auge
da glória e do poder, a fim de ajudar, com seu valimento, a todos os filhos da
Igreja que caminhem, no meio de tantas fadigas e perigos, em demanda da cidade
Eterna”. Como é comovedor este documento do Pai da cristandade. Vendo os
perigos que cercam a Igreja e seus filhos, não se lembra de outro meio mais eficaz,
para protegê-los, do que o socorro de Maria. Oh! realmente! é que a alma de
Maria é a alma da Igreja.
É que a Igreja — como
escreve o abade Rolland — é uma nova encarnação de Jesus Cristo, encarnação mística,
mas bem real. Por isso São Paulo perseguindo a Igreja, ouviu da boca de Jesus
“Saulo, por que me persegues?” — Ora, os mistérios do Verbo Encarnado se
reproduzem com a intervenção e cooperação ativa da Virgem Santíssima. Pois,
como Jesus Cristo, a Igreja teve também, a sua concepção, a sua natividade, a
sua infância. E, em todas estas ocasiões podemos repetir a palavra de S. João:
“e lá estava a Mãe de Jesus” (II. 1). Pois a Igreja foi concebida no Calvário,
quando Jesus derramou o seu sangue, consumando o sacrifício augustíssimo. E lá
estava Maria. — Nasceu, depois, no dia de Pentecostes; o cenáculo foi a nova
Belém, onde nem faltaram os novos pastores do rebanho cristão. E lá estava
Maria. — Em seguida, é a infância da Igreja no meio do judaísmo tacanho e do
paganismo corrompido, acossada pelos ciúmes dos poderosos e pela espada da
perseguição, molestada pela fraqueza humana e pela fúria dos demônios. E lá
estava Maria animando, encorajando, iluminando com a sua palavra e com seu
exemplo e, sobretudo, com seu amor, os primeiros passos da Sociedade que,
modestamente, mas seguramente, começava a sua marcha através dos séculos.
Considerando tudo isto exclama Cornélio a Lapide: “Oh! a bondade de Jesus! quis
que sua Mãe lhe sobrevivesse, afim de que, ficando em seu lugar, se tornasse
coluna da Igreja, doutora dos Apóstolos, consolo dos fiéis!” Abramos a história
eclesiástica de 20 séculos e, em todas as suas páginas, encontraremos o nome de
Maria, vencendo a impiedade, afervorando os fiéis, ilustrando os espíritos retos,
informando as artes. Em todas as actividades da Igreja, de todos os séculos,
encontra-se Maria com sua alma gloriosa.
Quais são as nossas
relações para com a santa Igreja? Temos-lhe amor, interesse, veneração?
Somos-Ihe gratos? Procuramos trabalhar por ela e aumentar o esplendor de sua
santidade, santificando-nos a nós mesmos? Conhecemos a Ação Católica? Cooperamos
nela à medida de nossas forças? — Tenhamos um santo orgulho de pertencer À
Igreja, sociedade única na história do mundo. As nódoas que a afeiam, não são
dela; são de seus filhos. Com Santo Inácio de Loyola, que não sabia sentir senão
com a Igreja, amemo-la com verdadeira paixão.
MARIA Santíssima,
alcançai-nos um espírito verdadeiramente católico. Tornai-nos membros vivos,
membros úteis, membros santos da Igreja de Jesus Cristo. Assim seja!
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Do Livro: A Alma Gloriosa de Maria - Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. - 1937 - segunda edição
Do Livro: A Alma Gloriosa de Maria - Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. - 1937 - segunda edição
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